Neuroanatomia: como projetos de crowdsourcing podem transformar o estudo do cérebro
- Patrícia Bado
- 27 de mai.
- 2 min de leitura
A neuroanatomia — o estudo da estrutura do sistema nervoso — passou por grandes transformações nos últimos anos através de projetos colaborativos ao redor do mundo. Com o avanço das técnicas de imagem de alta resolução (como a microscopia eletrônica e a ressonância magnética), começamos a gerar volumes gigantescos de dados neuroanatômicos — em escalas que excedem a capacidade de análise de qualquer laboratório isolado.
Atualmente, os maiores projetos de neuroanatomia mundial fazem uso de grandes bases de dados e ferramentas computacionais capazes de armazenar, processar e analisar essas informações em larga escala. Isso significa, por exemplo, reconstruir circuitos neurais completos a partir de milhares de imagens, identificar padrões estruturais associados a funções cognitivas, ou ainda comparar cérebros de diferentes espécies ou grupos populacionais. Muitos esforços coletivos tem sido feitos também na área da psiquiatria, com ênfase para o projeto ENIGMA.
Mas, para que esses dados se tornem realmente úteis, é preciso categorizá-los e interpretá-los — uma tarefa imensa, mesmo com apoio computacional. É aí que o crowdsourcing e o conceito de ciência cidadã fazem a diferença - até mesmo para a divulgação do conhecimento. Plataformas como Eyewire, MICrONS, Zooniverse e outras convidam pessoas do mundo inteiro a contribuir com tarefas de reconstrução e análise de dados. Através do esforço coletivo de milhares de pessoas, trabalhando em rede, tornamos a ciência mais aberta, participativa e transparente. Com a democratização do conhecimento científico, também podemos acelerar descobertas sem esperar vários anos para obter algum resultado. No CoLAB, acreditamos que essa abordagem colaborativa complementa e o potencializa a produção de conhecimento!
Em breve, vamos divulgar formas de participar de projetos abertos e de contribuir com nossas iniciativas em ciência colaborativa.
Comentários